Monday, April 12, 2010
"Doravante, aviões separados", disse Socorro
Saturday, April 10, 2010
Asco
Da partida de futebol que termina em pancadaria
Asco
Do poema que incita à pornografia
Asco
Da provocação barata e fortuita
Asco
Da imagem dos moralistas refletida no espelho do Grande Circo Mágico das Aberrações
Asco
Da mulher barbuda e do jovem de barba escanhoada
Asco
Do asco que vomito e do asco que engulo
Asco
Asco
Asco
Wednesday, April 7, 2010
Meus armagedons diários
Apressei mais ainda o passo rumo à tranquilidade do lar, onde sou rei e tenho rainha, princesas e príncipe.
Tuesday, April 6, 2010
A província passa bem (e o PT também?)
Friday, April 2, 2010
Hoje
Era de se esperar que Jesus fosse "liberado".
Já bastariam tantas chicotadas e "porradas" ao longo dos últimos milênios...
Mas, parece que não...
E tome mais chicotadas e "porradas".
E Coroas de espinhos renovadas...
Nem o Senhor descansa em paz.
Imagine nós.
Thursday, April 1, 2010
Santas semanas de minha infância
Certa vez, assisti no Cine Cassino a antiga e tradicional película Paixão de Cristo, muda e em preto e branco. As imagens causaram-me grande impressão, tanto do suplício do Nazareno quanto da sua Assunção, no meio de muita fumaça. Outra vez, em Nova Jerusalém, depois de assistir a encenação da Paixão no “maior teatro ao ar livre do mundo”, inadvertidamente comi uma coxinha de frango que tinha sobrado do meu farnel. Bateu-me uma sensação de culpa sem tamanho. Era Sexta da Paixão.
Lembro também do cortejo de Judas, no Domingo de Páscoa, que sempre passava na Rua da Cruz. Impressionavam-me, sobremodo, os homens travestidos de “viúvas do traidor-mor” que, materializado em um boneco de pano, montava um jumento, dando seu último adeus antes de ser enforcado e implodido lá na beira do Canal, que ficava próximo da minha casa.
O melhor daquelas santas semanas era a fartura que se seguia à quadra invernosa, quando minha mãe fazia panelões de canjica e meu pai incluía na feira bacalhau e muito queijo.
Tuesday, March 30, 2010
Heráclito X Parmênides
Antes fosse, eu quereria ser uma eterna metamorfose ambulante. Tanto que na adolescência era chamado de “borboleta”. Diziam: “Carlinhos gosta de pousar em várias flores”. Uma metáfora para minha pouca consistência ou paciência em tomar posições, partidos, ideias e ideais.
Em pouco tempo fui colecionador de selos, atleta, católico (de fundamentalista a simpatizante da teologia da libertação), líder estudantil, carnívoro, macrobiótico, vegetariano, hare krishna, novamente carnívoro, comunista, petista, anarquista, metido a artista, roqueiro, MPBista, beatnick, "incendiário" e depois "bombeiro", social democrata, nacionalista, liberal, conservador, regionalista, universalista, personalista, impersonalista, defensor do verde e das baleias (não havia ainda o termo ecologista e muito menos ambientalista), fanático por futebol, editor de jornal alternativo, universitário, underground, assessor de imprensa, promoter, professor, secretário de cultura etc etc etc...
Afinal, o que sou mesmo, agora?
Gosto muito da definição que consta neste diário: passageiro na janelinha... mas, preferiria ser “apenas um rapaz latino-americano”.
Wednesday, March 24, 2010
Dihelson é o culpado
O homem é um bólido. Veloz no raciocínio e generoso no compartilhamento das preciosas informações que detém com abundância. E tome conversa sobre assuntos diversos: web, música, fotografia... e o tempo passando. O meu próximo compromisso seria apanhar PR na escola às 11 horas.
Perto das dez e meia, dei o primeiro sinal de que iria embora. E Dihelson monstrando-me músicas e vídeos sem parar e numa velocidade estonteante. Ele tem um bocado de terabyte ocupado com cerca de quarenta mil músicas e mais um belo tanto de vídeos, filmes e fotografias. Seu quarto é, por si só, um museu de imagem e som.
Quando consegui "escapar' já passava das onze. Então quem virou um bólido fui eu, rumando apressado para apanhar PR na escola. Cheguei com meia hora de atraso e PR era o último da sala, em regime de espera. Quando me avistou ele fez uma cara de poucos amigos e me “fuzilou” com a inevitável indagação: por que demorou, pai?
Não tinha outra desculpa e disse: a culpa é de Dihelson.
Monday, March 22, 2010
Sara & Régia
Pensei que o mundo fosse acabar com dois anos de antecedência.
Tuesday, March 16, 2010
Seu Jefferson do Sítio Fundão
Recebi a visita de Ed Alencar, neto de Seu Jefferson do Sítio Fundão. Ele veio colher um depoimento sobre a amizade que tive com o seu avô, falecido em 1986. Ed está realizando um documentário sobre esta personalidade ímpar e elevada.
Para aqueles que estão “voando”, Seu Jefferson foi um dos pioneiros da causa ambiental no Cariri cearense. Herdeiro de uma "réstia" de floresta, situada nos arredores da cidade, ele teve o mérito e a grandeza de preservá-la enquanto viveu. O Sítio Fundão, área preservada de 123 hectares, é um verdadeiro santuário ecológico.
Quando o conheci, ele tinha 83 anos e eu dezessete. Ia visitá-lo cerca de duas a três vezes por semana. O Sítio Fundão era um atrativo à parte, dotado de patrimônio histórico edificado, flora e fauna nativas, incluindo árvores monumentais e fruteiras, e um delicioso banho no rio Batateira. O rio esculpe, no local, há milhões de anos, um pequeno cânion sobre uma formação rochosa.
Mas, o que mais me atraia era a figura bíblica e sábia do Velho Jefferson.
Com ele, partilhei momentos aprazíveis e de pura sabedoria. Dele, recebi vários ensinamentos de cidadania e lições de vida.
Depor sobre Seu Jefferson é sempre uma honra para mim.
Foto: Luiz Carlos Salatiel